segunda-feira, 17 de setembro de 2007

País da Ética

Depois que 40 indivíduos, antes absolvidos pelos seus pares na câmara, foram considerados como réus pelo Supremo Tribunal Federal e defendidos publicamente pelo presidente éticolulla (não há a intenção do trocadilho com etílicolulla), quem esperava que fosse diferente com Renan?
Apenas um fato não consigo aceitar: 6 senadores se abstiveram de trabalhar.
Eles são pagos (regiamente) para decidir, mas entre o sim e o não optaram pelo muito pelo contrário. Se após três meses de investigações e análises as provas não eram suficientes que se pedisse mais prazo ou aceitasse a decisão do Conselho de Ética em favor da cassação.
A abstenção equivalia à absolvição. Eles sabiam disto.
Exijo que o dinheiro do meu imposto usado no pagamento de seus salários e assessores me seja devolvido.
Não resisto a uma alfinetada um tanto grosseira nestes indecisos, se até protegidos pelo inexplicável sigilo eles optaram por não assumir, como será que eles agem dentro das quatro paredes de seus quartos? Dúvida cruel: ativo ou passivo?

Helton P. F. LeiteEng. Agr. - Lorena (SP)

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Vários textos

Mensaleiros e réus – 27.08.2007

Dize-me com quem andas e te direi quem és.
Nunca antes neste país um Presidente esteve cercado por tantos réus.

Helton P. F. Leite
Eng. Agr. – Lorena (SP)


Cansei. – 27.07.2007

Lula,
nunca se queixe,
aja ou saia,
faça ou vá embora.

Helton P. F. Leite
Eng. Agr. – Lorena (SP)


Pensamento único – 21.07.2007

O PT é um partido monolítico, com pensamento único.
Seu posicionamento maior pode ser resumido em uma única frase: “Viva nóis, dane-se o resto”.
Há tempos a Deputada Ângela dançou no plenário da câmara comemorando a absolvição de um colega flagrado no mensalão.
Dias atrás frente ao inevitável estupro contra os usuários de aviões a Ministra Marta, sem qualquer finesse ou elegância sugeriu “relaxa e goza”.
Agora, frente às evidências de que grande parte da culpa pelo desastre com o avião da TAM cabe ao governo federal (mais de 90 % das medidas anunciadas ontem podiam ter sido tomadas há muito, só dependia do governo), dois senhores, Marco Aurélio top top Garcia e Bruno Gaspar, são filmados em gestos obscenos simultâneos reveladores de sentimentos inferiores.
Ontem o presidente da Anac – Agência Nacional de Aviação Civil foi condecorado pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, por “serviços prestados”. Quais serviços?
Falta sabermos o pensamento do Presidente que incorporou o apelido Lula ao próprio nome. Se ele concorda com a frase apresentada no início deste texto, sua fala de ontem à noite é falsa e cínica. Se ele discorda, deve demitir imediatamente os indivíduos discrepantes.
Digo isto porque não aceito que o dinheiro do meu imposto seja usado no pagamento dos salários de servidores públicos tão inadequados.

Helton P. F. Leite
Eng. Agr. – Lorena (SP)


20/09/06 18:41 - Só pode ser complô (*)

O ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que o caso da suposta compra do dossiê envolvendo o candidato do PSDB ao governo de SP, José Serra, pode ser uma armação contra o partido. O presidente Lula também pensa assim, acha que querem "melar" sua re-eleição.
Uma armação que só atingiu a cúpula do PT, não há envolvimento dos petistas da base.
Complô que só envolve a elite, elite do PT, elite do sindicalismo, elite do governo, ...
1 - Um assessor de um deputado do PT do Ceará, irmão do Genuino ex-presidente do PT, é flagrado portando cem mil dólares na cueca. Dólar na cueca, ridículo demais para ser verdade, só pode ser complô.
2 - Um ex-companheiro de quarto do poderoso ex-ministro Dirceu, Waldomiro Diniz, primeiro assessor da Casa Civil, é filmado pedindo propina a um “bicheiro”. Pedir propina é ridículo demais, só pode ser complô.
3 - O ex-secretário geral do PT, Silvinho, aceita de suborno um jipe Land Rover. Um poderoso jipe britânico, podia ser alemão ou americano, mas britânico é ridículo demais, só pode ser complô.
4 - O ex-tesoureiro do PT, o famoso e desaparecido Delúbio, confessou que usava recursos não contabilizados como se isto não fosse crime. Cara de pau demais, só pode ser complô.
5 - O presidente Lula em entrevista em Paris confessa ser normal o uso de caixa dois na política. O próprio presidente confessando um crime, ridículo demais para ser verdade, só pode ser conspiração marciana.
“Nunca antes neste país” tantos fatos incontestáveis (com flagrantes, filmagens e confissões) apontaram contra a elite do governo.
De onde vieram os quase dois milhões de reais para o dossiê contra o Serra? Do Valerioduto? De Cuba? Do mensalão? Da cueca? Do caixa dois? Várias possibilidades.
Na dúvida garanta a possibilidade do Segundo Turno.

Helton P. F. Leite
Eng. Agr. – Lorena (SP)


Sábado, 10 de junho de 2006
Lula e Ronaldinho O Presidente Candidato Luis Inácio foi eleito por um partido que se dizia dos Trabalhadores. Na realidade ele pouco trabalhou na vida, apenas liderou e representou aqueles que de fato arregaçam a manga. Gerar riqueza, produzir, nunca foi a dele. Como Deputado Federal levou quatro anos para criar a frase sobre os 300 picaretas. Triste frase, porque verdadeira. Só a existência dos 300 explica a não punição dos envolvidos com o mensalão. Mesmo na presidência ele confunde trabalhar com viajar e fazer discursos. Pensa que trabalha. Confunde trabalho com propaganda, por isto realizou, à custa do estado brasileiro, duas teleconferências (em horário de trabalho?). A primeira com o astronauta que se aposentou imediatamente após o país investir vários milhões de reais em seu treinamento. Qual a vantagem para o Brasil? Propaganda. Na última, um monólogo onde os atletas entrevistados não podiam falar, ele disse umas besteiras como a sugestão ao Ronaldinho Gaúcho sorrir ao cobrar um pênalti (tenha dó Senhor Presidente qual a importância disto?) e perguntou sobre a gordura do outro Ronaldo. Estranho isto, que eu me lembre nunca me interessou a gordura de nenhuma pessoa do sexo masculino. Muito estranho. Também o Ronaldo achou estranho, tanto que atirou na fama do presidente beber pra caramba. Seria tudo mentira. Mas o que merece destaque é o fato de que tempos atrás, pelo mesmo comentário, o Presidente Candidato tentou expulsar o jornalista americano e agora se desculpa com o jogador. "Nunca antes neste país" um presidente se desculpou com um jogador de futebol. Mesmo porque o cargo de presidente merece mais respeito que o de jogador da seleção. Ou não? O pedido de desculpas seria porque o Ronaldo pode sair da má fase e voltar a ser artilheiro? Aí seria má propaganda, aí haveria perda de votos. Nada pela nação, tudo pela re-eleição.enviado por Helton - Helton as 15:02:28.

quarta-feira, 22 de março de 2006
GDK, Petrobrás e Sócios Segundo investigação do TCU a empresa GDK teve um negócio com a Petrobrás superfaturado em cerca de R$ 48 milhões em 2004. Em julho de 2005 "este país" ficou sabendo que o secretário-geral do PT, Silvio Pereira, recebeu um Land Rover no valor de R$ 73.500,00 como um "presente" de um amigo da GDK. O presidente da Petrobrás, Renato Duque, teria sido indicado para o cargo pelo próprio Silvio e pelo ex-ministro José Dirceu. Antes disto, quando o Waldomiro Diniz ainda era um aprendiz, ainda não trabalhava para o "mestre" Dirceu, ele já pedia ao Carlinhos Cachoeira a modesta participação de 1 %. Tão modesta que naquela famosa gravação que gerou promessa de "pingos nos is" o Carlinhos, pego de surpresa, questionou: "só 1 %?" Pois bem, o "mimo" do Land Rover representa apenas 0,15 % dos R$ 48 milhões superfaturados contra a Petrobrás. O secretário-geral do PT, Silvio Pereira, me parece que nesta estória toda atuou apenas como moleque de recado, um intermediário entre alguns poderosos, já que ele mesmo poder não tinha. Algo me diz que, em sendo verdade a existência do superfaturamento, a possível propina, o possível suborno teria sido muito maior, maior que os 1 % do Waldomiro, quem sabe algo em torno dos 10 % historicamente comuns. Quem teria sido "presenteado" com estes R$ 5 milhões? enviado por Helton - Helton as 21:13:00.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
Estou tentando divulgar o texto abaixo. Se você concorda, por favor, passe adiante. Obrigado 23.11.2005 - Privilégios acadêmicos Algumas "cabeças pensantes" do Brasil estão propondo a criação de um curso superior de Pedagogia em uma das melhores, se não a melhor, universidade pública do país. O curso, na USP, seria exclusivo para assentados do programa de Reforma Agrária e seria pago pelo Incra, um órgão público federal. É inaceitável que o meu, o seu, o nosso dinheiro seja usado para criar privilégios para poucos "escolhidos", sem competição aberta. Mas o que mais me assusta é que o exame final, de conclusão do curso, seria oral porque os alunos teriam dificuldade de escrever. A USP daria um diploma de curso superior para uma pessoa que não sabe nem vai aprender a escrever. Só me resta gritar: SOCORRO!!!enviado por Helton - Helton as 19:02:56.

segunda-feira, 24 de outubro de 2005
Cidades A maioria dos ambientalistas que conheço nasceram, foram criados e moram em cidades, eu inclusive. Assim fica fácil protestar contra rupturas ambientais, contra desastres ecológicos. Pode-se até participar de alguma ONG politicamente correta. Quais as nossas responsabilidades? O que fazemos de útil à preservação ambiental? Para a maioria de nós ambientalistas urbanos: nada ou quase nada. Falamos, pensamos, fotografamos e escrevemos muito, fazer de fato, quase nada. Não jogamos lixo na rua, optamos por verduras produzidas (teoricamente) sem agrotóxicos, compramos cartões de Natal de papel reciclado e ... (esqueci as outras duas ou três importantíssimas ações que nos são tão caras). Por outro lado moramos em cidades. Será que alguém consegue imaginar outra forma de ocupação do solo tão anti-ecológica como uma cidade? Será que existe algo tão agressivo ao ambiente natural quanto a cidade? Ocupamos, em geral, margens de rios, áreas de preservação permanente, procedemos o corte raso total da vegetação natural, introduzimos algumas poucas espécies vegetais exóticas, expulsamos os animais (salvo alguns pássaros, ratos e baratas), iluminamos a noite, impermeabilizamos o solo, criamos fontes concentradas de emissão de gases poluentes, introduzimos massas gigantescas de concreto com formas quadráticas não naturais, jogamos no ambiente toneladas de resíduos sólidos e líqüidos (a maior parte sem tratamento), consumimos intensamente as mais variadas formas de energia, usamos máquinas poluentes e agressivas em substituição ao ato natural de andar, exaurimos as fontes de água potável das cercanias (poluimos as outras) e, finalmente, vitória total, eliminamos a bio-diversidade (só o bicho homem pode ali permanecer). "Destruam os campos e preservem as cidades, as cidades desaparecerão. Destruam as cidades e preservem os campos, as cidades (como um vírus) reaparecerão." Uma solução radical seria a simples e permanente eliminação das cidades, só assim poderíamos sonhar com a preservação ambiental do planeta. Mas insistimos em morar nas cidades, em inchar as cidades com novos cidadãos. Insistimos em tornar as cidades mais e mais artificiais, climatizamos ambientes cada vez maiores, isolamos o sol e a chuva. Sonhamos com uma grande biosfera de ar condicionado. Como podemos ser tão bipolares, tão contraditórios, quase esquizofrênicos? Ambientalista urbano é uma figura de linguagem, uma antítese, tão poética quanto claro como a noite, quente como o gelo ou honesto como um tesoureiro petista. Não podemos, nós os ambientalistas urbanos, criticar a forma de produção de alimentos adotada por alguém que faz de fato alguma coisa neste sentido. No Brasil existem cerca de cinco milhões de imóveis rurais, 84 % deles com 77 % da área e 37 % da produção são classificados como agricultura familiar. Lá se luta, trabalha, sobrevive. Arduamente. Aos ambientalistas urbanos cabe apenas consumir os produtos criados por outros. Moramos no décimo-oitavo andar de um edifício com guarita de segurança, vemos ao longe a natureza, viajamos ao campo nos fins de semana, mas não plantamos um pé de alface. Quem trabalha? Quem agride o ambiente? Quem desmata? Quem faz isto em nosso favor? Quem gera o tão importante saldo comercial brasileiro? Se não o agricultor. Se não o pecuarista. O que fazemos nós, os ambientalistas urbanos, de concreto em favor da preservação ambiental? Escrevemos um texto como este para despertar algumas mentes já despertas. Não basta?enviado por Helton - Helton as 18:08:55.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005
Lógica da responsabilidade (*)Pela primeira vez nos últimos 30 anos concordo com o raciocínio lógico do Presidente Lula. Sim, de fato, "o primeiro responsável pela vacinação do rebanho é o proprietário, que sabe que precisa fiscalizar porque aquilo é seu patrimônio, seu ganha-pão". Mas caso o proprietário tenha vacinado corretamente, os responsáveis passam a ser o laboratório, pela eficiência da vacina, e o governo pelo controle do contrabando de gado na fronteira, pela fiscalização da qualidade da vacina e da própria vacinação nas propriedades vizinhas. Estranho apenas o fato de o governo comemorar como de sua responsabilidade os sucessos econômicos, especialmente no comércio exterior, o governo se sente responsável apenas pelas vitórias, não pelas derrotas. Não seriam os empresários "os primeiros responsáveis"? Filho feio não tem pai. Mas continuando com a lógica irretocável: "o primeiro responsável pela legalidade dentro de seu partido político (PT) é o presidente eleito (Lula), que sabe que precisa fiscalizar porque aquilo é seu patrimônio, seu ganha-pão". Parabéns pelo inédito "mea culpa". Esqueçamos pois dos "não sabia de nada, fui traído," etc.enviado por Helton - Helton as 22:50:44.

sexta-feira, 14 de outubro de 2005
Armas Não tenho arma. Sou contra o uso de armas de fogo. Não pretendo comprar armas. Mas quero ter o direito de mudar de idéia. "É proibido proibir". Vote NÃO. enviado por Helton - Helton as 21:57:39.

terça-feira, 6 de setembro de 2005
Sobre Verdades e Mentiras Algumas pessoas merecem crédito, outras não. O Marcos Valério contou várias versões do mesmo fato, mudava conforme sua conveniência. Como acreditar nele? O José Dirceu foi capaz de mentir para sua família (esposa e filho) e vizinhos por vários anos. Seria fácil para ele novas mentiras. Nunca acreditei nele. O Delúbio é uma figurinha que não merece nem esta análise de credibilidade. O Roberto Jefferson mentia quando lhe era útil, passou a dizer algumas verdades quando lhe foram favoráveis. Estará ele dizendo toda a verdade? Sempre? O Duda Mendonça negou, negou e negou. Foi verdadeiro uma vez para não ser pego na mentira. Não merece crédito total. Acredito no Senador Mercadante, não sei bem porque, este me parece sincero, mas se assim for ele é inocente demais, inapto para qualquer cargo público, aliás para um professor de economia ele é um perfeito bobão. E o Presidente Lula? Ele também mentiria se necessário? Ou ele é verdadeiro sempre? Agora ele se declara machucado, traído e indignado, igual ou mais indignado que qualquer brasileiro. Um jornal publicou tempos atrás seqüência de fotos mostrando o Presidente fumando escondido uma cigarrilha carregada pelo Delúbio. Disfarçadamente ele se deliciava com o vício. Em novembro de 2004, durante uma cerimônia de inauguração de Tucuruí, o Presidente comeu o famoso bombom de cupuaçu. Amassou o papel dourado da embalagem, passou de uma mão para outra e, acreditando não ser notado, jogou o papel no chão atrás da cadeira da Ministra Dilma Rousseff. Sabia que estava errado, deixou a aparência de culpa para a Ministra. Dissimulado ele é, sem dúvida. Verdadeiro? Sei não. Como acreditar nele?enviado por Helton - Helton as 18:48:38.

sábado, 13 de agosto de 2005
Lendas sobre Estrelas (*)No folclore indígena norte-americano há uma lenda que explica as mudanças na consciência. Pode-se entender como consciência, vergonha na cara, ética, autoridade moral, honra, etc. A consciência é uma estrela pontuda que fica dentro das pessoas. Quando o indivíduo comete algum deslize a estrela se mexe, espeta, machuca, dói. Com o tempo, com o movimento, as pontas se tornam arredondadas, deixa de doer. As pessoas acostumam, nem ligam. Não consta que a estrela do folclore seja vermelha , de cinco pontas, com a sigla PT no centro. Se assim fosse seria uma premonição, não uma lenda.enviado por Helton - Helton as 19:05:47.

sexta-feira, 29 de julho de 2005
São Paulo (SP), 28 de julho de 2005. Carta Aberta Ilmo Sr. Roberto Rodrigues Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Senhor Ministro, Aproveitando sua presença (infelizmente não concretizada) em São Paulo, neste encontro promovido pela organização da Expomilk, "Brasil, maior exportador de lácteos do mundo?", solicito ações no sentido de melhorar o sistema atual de produção e comércio de leite no Brasil. É sabido que o leite emprega milhões de brasileiros, cerca de vinte vezes mais que a indústria automobilística (dois milhões contra cem mil empregos). A participação das cooperativas na captação e comercialização do leite no Brasil não chega a 20 % da produção total ou 40 % da produção fluida formal. Nos Estados Unidos, Holanda, Austrália e Nova Zelândia é de 80 a 95 %. Naqueles países o sistema cooperativo é dominante no mercado do leite, no Brasil não, aqui ele é minoritário. Não dita regras, obedece. Não forma preços, aceita. Na Nova Zelândia o governo proíbe a entrada de empresas estrangeiras no mercado lácteo. Nos Estados Unidos a DFA - Dairy Farmers of America é resultado de fusão de quatro grandes cooperativas americanas. A Fonterra, maior cooperativa da Nova Zelândia, tem parceria com a Nestlé, com a DFA nos USA e outras. Busca-se aumento de escala entre as cooperativas de leite por todo o mundo. Novamente aqui no Brasil somos diferentes, buscamos a separação e a competição entre as cooperativas de leite. Por outro lado cerca de 90 % dos produtores de leite do Brasil produzem menos de 200 litros/dia, isto corresponde a cerca de R$ 3.000,00 de faturamento bruto mensal, ou R$ 500,00 líquidos. Acima desta marca estão os 10 % maiores produtores do país. Sabe-se também que a produção leiteira é uma atividade de estreita margem de lucro, os preços dos principais insumos, como diria a economista Maria Conceição Tavares, normalmente sobem de elevador enquanto o preço do leite sobe vagarosamente por escadas. A produção de leite é uma atividade sazonal, afetada pelo clima, existindo safra e entressafra, sendo os custos de produção normalmente maiores na entressafra, época de frio e estiagem, quando temos menor produção de alimentos volumosos verdes. No presente ano de 2005 está ocorrendo um fato inédito: em junho o preço do leite ao produtor caiu cerca de dois centavos por litro, em julho outros cinco centavos, totalizando R$ 0,07 de queda em dois meses. Isto representa algo em torno de 12 a 13 % de queda. Vivemos uma época em que a inflação anual tem como meta variações da ordem de 5 % ao ano, uma queda no nível dos preços de 13 % em apenas dois meses é uma violência que impede qualquer planejamento por parte dos empresários produtores. Isto equivale à inflação de mais de dois anos, em apenas dois meses, no sentido inverso, para baixo. A importação de leite em 2005 teve seus valores praticamente dobrados em relação ao primeiro semestre de 2004 (US$ 37 milhões em 2004 e US$ 68 milhões em 2005). Estamos importando o dobro de leite UHT já industrializado, leites em pó e condensado e até de soro de leite. O alarmante é que esta importação tenha se intensificado nos meses de maio e junho de 2005, início da entressafra, início da época de maiores custos. Será que tem algum sentido a pergunta "Brasil, maior exportador de lácteos do mundo?". Hoje somos importadores, não exportadores. Apenas no ano de 2004 tivemos um pequeno saldo positivo neste comércio, nos anos anteriores e em 2005 sempre fomos importadores líquidos. É preciso saber quais empresas estão importando ou comprando este leite já internalizado. É preciso saber se tais empresas não estão sendo beneficiadas por alguma forma de estímulo financeiro, contábil ou fiscal. Podem elas obter financiamento para estocagem de leite na forma de EGF ou carregamento de CPR a juros favorecidos do Crédito Rural. É possível que elas consigam algum abatimento em seus custos fiscais internos ou mesmo que usem de empréstimos externos para obtenção de capital de giro com taxas mais favoráveis. É possível ainda que elas estejam simplesmente se beneficiando de subsídios e estímulos externos. É possível então que o Governo Federal esteja, indiretamente, desestimulando o setor produtivo leiteiro. Isto numa época de frio e seca, de baixa remuneração empresarial, de perspectivas de maiores custos de produção em função das novas normas produtivas (IN 51), em época de aumento da produção (evidenciando o dinamismo empresarial do setor), de estagnação do consumo (motivada pela queda do poder aquisitivo da população como um todo) e da desvalorização cambial (fato que cria maior dificuldade para exportações e favorece as importações lácteas). Não estou pretendendo nenhuma forma de subsídio ao setor, não estou solicitando mais crédito, não estou pedindo proteção contra o mercado internacional, peço, e acho justo e oportuno pedir isto, peço que o Brasil não permita que subsídios externos venham prejudicar os produtores nacionais, peço que estímulos internos ou externos à indústria ou ao comércio não venham afetar negativamente os produtores brasileiros, peço justiça econômica, peço igualdade de condições para o combate justo. Peço condições iguais para poder competir. O setor mais frágil da corrente do agronegócio é o setor produtivo rural, dentro da porteira, é o mais diluído, o menos organizado, tomador de preços antes e depois. Precisa ele de apoio e até de proteções, mas nunca de desfavores. enviado por Helton - Helton as 22:13:50.

terça-feira, 12 de julho de 2005
AS OUTRAS FALAS DO PRESIDENTE LULA Sabe-se que o Pres. Lula fala muito, quase não dialoga, discursa, não dá entrevistas, não responde, fala o que quer sem ser perguntado. Alguns acham que ele fala mais do que faz, mas isto é outra estória. O problema aqui e agora é que se ele não dialoga temos que interpretar o que ele diz, algumas coisas podem não ficar claras. Por exemplo: o que o Pres. Lula quer dizer com: - Temos que cortar a própria carne. - Todo brasileiro é favorável ao combate à corrupção, dos outros, não dele. - Uma figura como o Pelé de repente vê a notícia de que seu filho está envolvido nesta coisa ... - O PT não deve temer investigações dentro de casa ... - Isso acontece na nossa própria família ... Estaria ele se referindo ao sua casa? Sua família? Seu filho? Sua carne? Estaria se referindo ao caso de a empresa de seu filho, a Gamecorp, estar sendo beneficiada com um aporte de capital de cinco milhões de reais da Telemar? Uma empresa quase estatal que tem como acionistas o Bndes, a Previ do Banco do Brasil e a Petros da Petrobrás? enviado por Helton - Helton as 16:01:35.

sexta-feira, 1 de julho de 2005
As novas falas do Lula O Presidente Lula, em seu pronunciamento à nação, de 23.06.2005, ocasião em que se esperava dele alguns esclarecimentos sobre as acusações de corrupção em seu governo, se limitou a falar das ações da polícia federal e outras correlatas. Nada sobre mensalão, correios, IRB, etc. Quando passou a divulgar suas promessas afirmou: "Já a partir do mês de agosto, vamos dar início ao projeto rio São Francisco, que vai por um fim ao sofrimento de mais de 12 milhões de famílias nordestinas e acabar de uma vez por todas com a indecente indústria da seca, que se enchia de dinheiro às custas da miséria do povo." Considerando 5 pessoas por família seria mais de 60 milhões de pessoas, ou um terço da população brasileira. Um exagero claro. Na página do Ministério da Integração Nacional, na internet, na seção "Perguntas e Respostas" consta: "A população residente na área beneficiada pelos dois eixos da transposição é de 12 milhões de habtantes, sendo cerca de 5,5 milhões no Eixo Norte e 3,5 milhões no Eixo Leste." Note-se que se trata de 12 milhões de pessoas e não de famílias, além do que a pergunta se refere a quantidade de pessoas que seriam diretamente beneficiadas e a resposta se refere, genericamente, à população residente na área a ser beneficiada. Algo como duplicar uma rodovia e dizer que toda a população das cidades da região da rodovia serão diretamente beneficiadas. Diretamente. Já o Presidente considera que as 12 milhões de pessoas estavam sofrendo, "vai por um fim ao sofrimento de mais de 12 milhões de famílias", ora elas são apenas residentes, várias delas (quantas?) talvez não sejam afetadas pelo projeto, nem estavam sofrendo, como por fim ao sofrimento? Isto, além do erro de multiplicar por cinco trocando pessoas por famílias, é forçar a barra. Ninguém percebeu este erro? Ou percebeu e deixou assim mesmo? Não existe um sistema de conferência antes da divulgação? A fala foi escrita, lida, ensaiada, gravada, etc. Nenhum assessor será punido? Errar a favor do governo pode? E errar contra, também pode? Quantos outros erros o presidente terá divulgado à nação, oficialmente, sem desmentidos?enviado por Helton - Helton as 19:26:45.

terça-feira, 7 de junho de 2005
Os índices de produtividade rural e a reforma agrária 14/04/2005 Há um projeto em andamento no Governo Federal brasileiro propondo o aumento dos índices mínimos de produtividade rural para fins de reforma agrária e cálculo do ITR - Imposto Territorial Rural. Em decorrência desta elevação, deve aumentar o estoque de propriedades rurais passíveis de serem desapropriadas por não atingirem tais mínimos e sofrerem uma tributação mais elevada, o ITR depende do gráu de utilização da terra. A justificativa seria ajustar os novos índices de produtividade às novas tecnologias de produção. A produtividade é encontrada dividindo a produção pela área ocupada, é uma conta fácil, seria adequada? Esta deve ser uma análise técnica, objetiva, livre de ideologias e crenças. Vou tentar fazer assim. Em primeiro lugar devemos lembrar que estamos todos no mesmo barco, grandes e pequenos agricultores, grandes e pequenos pecuaristas, agricultura empresarial e familiar, plantadores de soja e alface, criadores de frango ou de nelore, veterinários e agrônomos, vendedores de adubos e tratores, beneficiadores de arroz e fabricantes de queijo, padeiros e açougueiros, feirantes e donos de supermercados, ... Estamos todos no mesmo barco, produzimos comida, madeira, combustíveis, fibras, couro e até flores. Somos os responsáveis por cerca de 40 % das exportações, do PIB e dos empregos brasileiros. Em 2004 o saldo líquido do comércio exterior brasileiro foi de R$ 36,6 bilhões, sendo R$ 34 bilhões o saldo do agronegócio (R$ 39 bi exportados menos R$ 4,8 bi importados) ou 93 % do saldo comercial líquido. Isto mesmo, 93 % do saldo comercial brasileiro em 2004 foi decorrente do nosso trabalho e apenas 7 % (R$ 2,6 bilhões) foi originário daquela parte da economia brasileira que está fora do agronegócio. Estamos ou não no mesmo barco? Questiona-se nossa eficiência, mas a produção rural cresceu mais que a população, embora proporcionalmente a população rural tenha diminuído muito: nos anos 70 produzíamos cerca de 611 kg de grãos para cada brasileiro, hoje são 661 kg; antes criávamos 0,67 bovino para cada habitante, hoje já criamos 1,08; nem vamos falar dos frangos, suínos, flores, combustíveis, papéis, etc. Fala-se em adotar índices que reflitam a incorporação da moderna tecnologia de produção rural. Seria a agricultura de precisão com uso de GPS, plantio direto, colheita mecanizada, adubação química, calagem, sementes mais produtivas, rações de alto potencial, animais de melhor carga genética, máquinas e equipamentos mais eficientes etc. etc. etc. Quanto custam tais tecnologias? Todos tem acesso a elas? Elas são adequadas a qualquer local? Não dependem do solo? Do clima? Do produtor? Não existe mais no país um sistema eficiente de divulgação da tecnologia rural. O simples conhecimento da tecnologia não está disponível para todos, o acesso é caro, é preciso pagar. Todos podem? O projeto, da forma como está sendo divulgado, fará um nivelamento "por cima" dos produtores. Deverão ser exigidas metas mínimas elevadas, algumas muito elevadas, outras muito acima da média regional. Pergunta-se: o produtor rural não tem o direito de não ser tão capaz quanto os melhores da região? Não pode ele ser menos eficiente? O industrial pode, o comerciante pode, o professor pode, o político pode, o médico pode. O produtor rural não? Será que o produtor menos eficiente sobreviverá às exigências atuais do mercado? Não seria aceitável que o próprio mercado decidisse sobre sua permanência? Porque empurrá-lo para fora? Grande parte da tecnologia que permite altas produtividades só é viável para produções extensivas, em larga escala. Criticadas como antiecológicas ou antinaturais. Aquelas exigências prejudicarão os produtores de menor porte, a produção familiar e até os assentados de programas da reforma agrária. Argumentarão que para os pequenos basta o associativismo, o cooperativismo, em grupo eles terão acesso à máquinas mais produtivas (leia-se mais caras) que se tornarão viáveis com seu uso intensivo. Mas deve-se lembrar que as primeiras cooperativas criadas no Brasil foram as de leite, mesmo assim apenas 20 % do leite produzido aqui é processado por elas, no resto do mundo isto gira entre 80 e 90 %. Lá fora o sistema protege o cooperado e sua cooperativa, aqui ninguém liga. Seria diferente amanhã? Alta produtividade geralmente implica em alto índice de mecanização, que estimula o desemprego rural. Quanto maior a máquina, menor o uso de mão de obra. Quanto mais sofisticada a tecnologia, maior a exigência em escolaridade. Como estão nossas escolas rurais? Vamos importar mão de obra? Não basta atingir índice de produtividade, é necessário saber sobre lucratividade, sobre viabilidade financeira. Teoricamente é possível obter altíssimas produtividades do milho, da soja ou da vaca. Será isto economicamente interessante? É preciso buscar rentabilidade, lucro. De nada adianta 10 bois por hectare, ou 5.000 kg/ha de soja se não der lucro. E isto é variável ao longo do tempo, os insumos tem seus preços alterados em taxas diferentes dos produtos, assim é possível que uma certa produtividade seja interessante em 2004 e não o seja em 2005. Tudo depende do quanto ela é rentável. Altíssima produtividade não significa alto lucro, em geral muito pelo contrário. No Brasil existe um sistema de classificação do solo baseado em sua capacidade de uso sustentável, não se trata de modismo ecológico, é um conceito antigo, na agronomia sempre se pensou em conservação do solo. A exigência de altos níveis produtivos nem sempre respeita a capacidade produtiva do solo, ou do ambiente. Para garantir alta produtividade é esperável o uso de mais adubos químicos, de mais agrotóxicos, etc. Seria isto interessante para o ambiente? Seria sustentável para todos solos? Erosão, assoreamento dos rios e enchentes são sintomas do uso intensivo e inadequado do solo. O solo é uma entidade viva formado a partir da decomposição das rochas. Incrivelmente velho, é comum solo com alguns milhões de anos. Parte do cerrado brasileiro tem cerca de um bilhão de anos, sim um bilhão, com B de bola. Merece mais respeito, não pode o bicho homem que vive menos de 100 anos decidir sobre a vida desta entidade. Como ficarão os produtores orgânicos (aqueles que não usam química artificial)? Eles não estão buscando alta produtividade, mas sim alta qualidade do produto e sustentabilidade da produção. Serão eles prejudicados? O boi orgânico ou o boi verde, alimentado a pasto, deverá ter sua alimentação alterada e ficar suscetível à "vaca louca"? (vaca louca é uma doença que atinge bovinos alimentados com rações com resíduos animais). As aves e suínos em alto índice de confinamento também podem ser vulneráveis a novas doenças como a "gripe do frango". O mesmo se dá com as plantas, quanto maior a exigência em produtividade maior o risco sanitário e maior a necessidade por artificialidades. Transgênicos e clones são tecnologias modernas que tentam aumentar a produtividade. O caminho correto seria mesmo exigir alta produtividade para todos? A qualquer custo? Ambiental? Sanitário? Econômico? Não haveria outras opções mais adequadas? Alega-se que os índices são antigos, tem cerca de 30 anos, estariam defasados. Será que o método de aferição baseado em rendimento em peso por área também não estaria defasado? Pouco abrangente, não seria por demais simplista?enviado por Helton - Helton as 21:52:50.

terça-feira, 8 de março de 2005
Agronegócios - 08.03.2005 Todo mundo sabe que o agronegócio é responsável por cerca de 40 % do PIB brasileiro, dos empregos e das exportações. Neste final de 2004 muito se falou do desempenho positivo das exportações brasileiras em geral. Alguns detalhes merecem ser destacados: - o saldo do comércio exterior brasileiro foi de R$ 36,6 bilhões; - o saldo do agronegócio dentro do comércio exterior foi de R$ 34 bilhões (R$ 39 bi exportados menos R$ 4,8 bi importados); - portanto 93 % do saldo comercial líquido é decorrente do agronegócio. Em outras palavras: o agronegócio "lucrou" R$ 34 bilhões em 2004 (93 %) enquanto o "restante" do Brasil "lucrou" R$ 2,6 bilhões, ou apenas 7 % do saldo comercial.enviado por Helton - Helton as 17:24:23.