sábado, 10 de outubro de 2009

Lula é o cara, mas o Nobel vai pro Obama

Nunca antes neste Brasil houve um calote federal tão vergonhoso quanto este adiamento da restituição do imposto de renda cobrado a mais.

Eles cobram, eles gastam e nós pagamos.

Trambique, vigarice, má fé, calote, incompetência, descaramento, maracutaia, ...

Talvez por isto Lula seja o cara e o prêmio Nobel vá para o Obama.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pré-sal ???

O pré-sal é a consolidação da tendência de aumento da participação das energias não renováveis na matriz energética brasileira em detrimento das fontes energéticas sustentáveis.

Em 1980/90 cerca de 75 % da matriz energética brasileira era composta por fontes renováveis como hidroeletricidade e biomassa. Apenas 25 % da energia que usávamos naquela época era proveniente de fósseis como petróleo, carvão mineral, gás natural ou de urânio. Éramos um modelo para o mundo.

Hoje, apesar da tendência ecológica e da preocupação com a sustentabilidade, invertemos tudo, usamos 54 % de energia não renovável. Pioramos muito.

Mesmo assim a exploração do petróleo na região do pré-sal atlântico é mostrada à população como uma maravilha. Até uns dois anos atrás o governo federal vendia aos quatro cantos do planeta nossa opção pelas energias renováveis (álcool e biodiesel). Hoje só se interessa pelo pré-sal.

Mesmo que tenha sucesso o pré-sal ainda demorará 10 a 20 anos para algum retorno. Mas já se prevê que o preço da gasolina não baixará para os consumidores.

A quem interessa então tanto barulho, tanta agitação sobre o pré-sal?

Haverá uma montanha de dinheiro para ser desviado, haverá uma montanha de sonhos para ser vendidos.

Mas e se a tecnologia mudar? e se o petróleo dentro de 10 ou 20 anos deixar de ter tanta importância? carro elétrico, hidrogênio, ...

O petróleo é matéria orgânica arquivada no subsolo deste planetinha principalmente na forma de carbono, este arquivamento se deu ao longo de milhões de anos, desde a época dos dinossauros, em poucas décadas devolveremos isto para a atmosfera na forma de gás carbônico. O gás carbônico tem importante papel no aquecimento global. E ainda queremos ter o direito de reclamar do calor?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ética ???

Sempre tive orgulho de ser brasileiro, às vezes não, às vezes me envergonho.
O piloto de Fórmula 1, Nelsinho Piquet, confessou ter provocado um acidente para obter vantagens pessoais.
Tal confissão só é superada pela do Luis Inácio ao reconhecer o uso de caixa dois.
Ambos não tem noção do significado da palavra ética.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Correlações

Nas florestas tropicais as sementes das frutas pouco germinam se caírem no chão ainda dentro da polpa externa. Elas são atacadas por insetos que destroem até o embrião germinativo. Quando os pássaros comem parte da polpa externa aumenta muito o índice de germinação das sementes. Cria-se assim um ciclo virtuoso: os pássaros são atraídos pelas frutas e, ao alimentar, aumentam a taxa de “pegamento” das plantas, aumentando a reposição das árvores da floresta o que atrai mais pássaros.
O interessante é que agora não são mais os pássaros que dependem da floresta, mas esta é que precisa deles. Eles voam, podem buscar alimento em outras paragens, enquanto ela, a floresta, fica enraizada a espera de seus protetores alados.
Em outro campo da ciência descobriu-se que freiras melhor articuladas, com melhor capacidade de escrever ainda na juventude, teriam menor chance de desenvolver uma doença cerebral degenerativa, o mal de Alzheimer. Parece que o maior desenvolvimento mental, a maior utilização da massa encefálica, aumenta a saúde e a sobrevida do cérebro.
Sabe-se também que crianças criadas isoladas de outros humanos, que não aprenderam a falar, tem enorme dificuldade de pensar de forma mais elaborada mesmo depois de adultos. Pode-se supor portanto que teriam maior possibilidade de terem o Alzheimer.
Há muito se fala mente sã em corpo são, talvez seja mais adequado dizer: corpo são se a mente for sã. Assim como os pássaros, a mente está menos enraizada que o corpo, ela pode flutuar e desenvolver raciocínios abstratos complexos, mas isto exige boa educação formal e bom domínio da língua.
Agora a correlação interessante: pouco vale um corpo tão saudável, tanta preocupação com a alimentação, freqüentar academias de ginástica, etc., se não lemos nem escrevemos. Se não exercitamos o cérebro corremos o risco de ainda cedo caducarmos.
Precisamos dos pássaros voando e da mente sonhando.

domingo, 21 de junho de 2009

Poesia cantada


(Clique para ver/ouvir o Sabiá-barranco)
Leia a poesia, um haicai binário, da amiga Angélica Torres Lima:

passarinho canta, pia
e me chama
para ela

passarinho-diapasão
dá-me o tom
da poesia

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Heróis



Existem dois tipos de homens.
Os heróis, que se expõem em defesa de terceiros.
E os anti-heróis, que se acovardam e se escondem atrás dos outros.
O senador José Sarney ao dizer que a crise não é dele, mas do senado, se encaixa no segundo tipo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pixel preto

A ong ambientalista internacional Greenpeace lançou recentemente o projeto Black Pixel.
Pixel é cada pequeno ponto que juntos formam as imagens na tela do computador.
Segundo o projeto se em cada tela apagarmos um pixel, dos milhares que existem lá, teremos uma significativa economia de energia em todo o mundo.
Isto não vale para os monitores de cristal líquido, hoje os mais comuns, mas talvez volte a valer em breve para os de Led.
Este meu blog desde seu re-início neste novo endereço, em setembro de 2007, usa o fundo de tela preto por dois motivos: estética e economia de energia.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Cidadão, Consumidor e Lixo



Estamos em plena semana do meio ambiente, dia 05/06 é o Dia do Meio Ambiente. Muito adequado pensarmos a respeito do nosso lixo que tanto afeta nosso ambiente.
Erroneamente alguns pensam que o lixo é uma criação moderna, esquecem que o estudo sobre os homens pré-históricos é baseado no lixo que eles deixaram em suas cavernas. Esquecem que os sambaquis eram equivalentes aos aterros sanitários de hoje.
A questão é antiga, passou a ser problema quando a população do planeta cresceu e nossos hábitos de consumo foram ampliados.
Fala-se há tempos nos 3-R’s, hoje já seriam 5-R’s, um resumo do comportamento ambientalmente correto com relação ao consumo e ao lixo:
- REDUZIR – esta é a mais importante estratégia de preservação ambiental, está ao alcance de todos, basta diminuir nosso consumo, de energia, de roupas, de equipamentos, de alimentos, etc. Reduzir a produção de lixo. Reduzir a poluição em todas formas: ar, água, solo, lixo, som, etc. Nada justifica um enorme saco de papel metalizado com 50 ou 100 gramas de salgadinho, ou uma camionete 4x4 com cabine dupla se andamos no asfalto quase sempre sem passageiros. Reduzir o desperdício, este é o ponto chave.
- RECUSAR – quando compramos qualquer coisa fazemos uma opção, uma escolha, ao compramos um sapato e não outro, destinamos um “voto monetário” ao escolhido. A loja e a fábrica escolhidas sabem disto, continuam produzindo e vendendo aquele sapato escolhido por nós. Se recusarmos um produto gerador de poluição, de lixo, de injustiças sociais, etc. a indústria saberá disto, sentirá a falta do apoio monetário e parará de produzir o produto recusado por nós. Recuse, é uma forma de poder. Recuse o descartável, este é sempre mais poluente após o uso e contribui para o esgotamento das matérias primas naturais. Recusar é consumir com consciência.
- REUTILIZAR – procure os usos alternativos, reutilize sacolas plásticas, evite latas e garrafas plásticas de cerveja e refrigerantes, dê preferência às garrafas de vidro retornáveis, muito mais ecológicas. A borracha de pneus pode ser reutilizada na pavimentação de estradas. A garrafa plástica (PET) pode ser reutilizada como tecido. O óleo de cozinha pode ser reutilizado como sabão e até como combustível. Usar de novo.
- RECUPERAR – recupere, conserte sapatos, roupas, aparelhos elétricos, etc. isto gera empregos no seu bairro e evita a extração de novas matérias primas para novos produtos. Produtos duráveis e recuperáveis.
- RECICLAR – última estratégia da série, só deveria ser adotada após reduzir, recusar, reutilizar e recuperar todos os bens necessários à nossa vida. Em geral não está ao alcance das pessoas comuns, exige equipamentos e tecnologia às vezes industriais. A água é reciclável na natureza, o rio corre para o mar, evapora, forma nuvem, chove e volta aos rios. No Brasil a reciclagem de papelão e latas de alumínio atinge altos índices, não porque somos preservadores, mas porque temos alto desemprego e altíssimo sub-emprego, é uma vantagem ambiental decorrente de uma desvantagem sócio-econômica. Cada 50 quilos de papel reciclado evita o abate de uma árvore, mas o papel reciclado aqui custa mais que o papel novo. Isto devido aos impostos que incidem sobre a reciclagem e à baixa escala de reciclagem. Qual governo pensa em reduzir estes impostos? Reciclem os governos.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Trilha para o Altar


TRILHA PARA O ALTAR
ao Helton

Face de maçã trincada na manhã de louça:
lâminas de agulhas negras fatiam
o altiplano azul no sonho das cabeças

A pedra engastada em prateleiras
oculta o segredo de gestos e passos:
corpos estagnados de anseio


Angélica Torres Lima


A foto acima é minha, da Pedra do Altar, no Parque Nacional do Itatiaia.
A poesia, belíssimo presente, é da amiga de infância, primeira amiga como ela diz, Angélica, poeta de Brasília com vários livros publicados.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Acertos e erros

Nesta semana o site O Eco publicou um artigo sobre pastagens sombreadas, comuns na Espanha e Portugal. É um belo artigo, carregado de emoção, carregado de acertos.
Acerta quando é específico, quando responsabiliza o governo que aí está pela destruição ambiental do cerrado e da Amazônia.
Mas corre o risco de errar quando generaliza.
Também corre risco de errar quando mistura produtores rurais com grileiros, escravocratas e políticos seguidores de Maquiavel.
Ao criticar como “patética” a produtividade de “uma vaca/ha/ano” corre o risco de ser interpretado como defensor das criações confinadas. Foram estas criações de alta densidade por área que deram origem ao mal da vaca louca, à gripe aviária e talvez à recente gripe suína. Muito bicho em pouco espaço é antiecológico, veja o que acontece nas grandes cidades.
Acerta na mosca quando especifica os bancos oficiais como grande responsáveis pela “desgraceira” ambiental, apenas esquece de citar que eles apenas cumpriam ordens governamentais e os ambientalistas de então (30 ou 40 anos atrás) nada diziam.
A primeira generalização com alto risco de erro é a sugestão do modelo espanhol/português, sabe-se que 500 mm de chuva por ano podem ser suficientes se bem distribuídos, se a temperatura for amena, se os ventos forem suaves, se o solo for profundo e fértil, se ... e se ... Mas certamente lembramos que muito menos que 500 mm num único mês destruiu parte de Santa Catarina. A quantidade de chuva não basta para se pensar em extrapolar modelos europeus para cá. É preciso muito mais conhecimento, muito mais experimentação, muito mais cautela.
No Brasil há uns 40 anos surgiu a idéia de corrigir o solo do cerrado, região plana de solos pouco férteis, com o uso de calcário e fosfato. Deu certo, o capim braquiária e a soja estão lá. O preço da carne bovina no Brasil, muito menor que na Espanha, também prova que era e é economicamente viável. Naquela ocasião os ambientalistas não gritaram. Não sabiam? Como poderiam saber os pecuaristas? Talvez ao preço da carne européia as vaquinhas brasileiras também possam ter pastagens sombreadas.
Naquela época, 40 anos atrás, grandes empresas que hoje se definem como preocupadas com o meio ambiente se aproveitaram das vantagens fiscais e de crédito. A VW implantou a maior fazenda de pecuária do mundo, a Vale do Rio Cristalino, com quase 140.000 ha e foi acusada do maior incêndio florestal que a Nasa já havia detectado. As fazendas da VW e do Bradesco foram acusadas de uso de trabalho escravo. Tudo acabou em pizza, ninguém foi preso ou multado. Mas a fama sobrou para o “pecuarista”.
Aí a segunda generalização perigosa: misturar espertalhões com pecuaristas. Grande parte da destruição do cerrado nativo ou da Amazônia atual é ação de grandes empresas que se metem a “pecuaristas”. O pecuarista tradicional, aquele que está há 40 ou 50 anos no negócio, não conhece teoria ecológica mas está se sustentando há tempos, caso contrário não seria tradicional. No Brasil do empreendedorismo atual 70 ou 80 % das novas empresas fecham suas portas antes de 2 ou 3 anos de vida. Isto sim é falta de sustentabilidade.
O tal conforto das vaquinhas felizes custa caro, a recuperação das tais pastagens degradadas custa caro. A relação economia e ecologia é estudada apenas recentemente mas é intuitiva para os empresários que se sustentaram ao longo de décadas de trabalho.
Resta saber se o consumidor brasileiro quer e pode pagar por isto.
É ele quem manda.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Administração empresarial

A Petrobrás usou um artifício contábil de legalidade duvidosa visando pagar menos Imposto de Renda. O Senador Mercadante, mestre em economia, acha que se não fosse assim o Tesouro teria que socorrê-la, numa clara confusão entre o público e o privado. Confusão esta explicitada pelo PT naquela iniciativa de plantar sua estrela símbolo no jardim do Palácio do Planalto.
A FGV foi contratada por R$ 250 mil para fazer uma revisão da estrutura administrativa da Câmara Federal. Pelo menos três de seus profissionais trabalharam por 35 dias para propor mudanças de nomes, manter dezenas de salários de R$ 20 mil mensais e uma redução de custo da ordem de R$ 650 mil por mês, menos de 0,3 % do custo total anual de R$ 2,7 bilhões. A mesma FGV oferece cursos de pós-graduação, os MBA´s com pouco mais de 400 horas, a um custo em torno de R$ 40.000,00.
Como acreditar em alunos formados por mestres tão pouco eficientes?
Será que algum destes mestres sobreviveria na economia real privada?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Crimes

No Brasil existem dois tipos de crimes, os confessáveis e os inconfessáveis.
Os confessáveis seriam aqueles que o risco de punição é muito baixo devido à legislação frouxa ou ao poder do praticante do crime. Entre eles estariam o uso de caixa dois, crime confessável em Paris, o uso de recursos não contabilizados, crime confessável dentro de partidos políticos, o racismo contra brancos de olhos azuis, crime confessável em evento internacional, o pagamento com dinheiro da câmara de passagens aéreas a sindicalistas, crime confessável como forma de proteger aliados, a construção de castelos com dinheiro sem origem legal, etc. etc. etc.
Quais seriam os crimes inconfessáveis praticados pela "zelite" política que detêm o poder no Brasil? Haveria algum? Seriam muito mais graves?
Talvez o comportamento dos atuais líderes seja apologia ao crime ou cada reunião de políticos possa ser enquadrada como formação de quadrilha.
Sei lá.
Mas estes seriam confessáveis já que predomina a impunibilidade.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Eita Brasilsinho danado

Nosso amado presidente Luiz Inácio se revelou racista. Segundo ele os responsáveis pela atual crise econômico-financeira não são pretos nem índios, são brancos de olhos azuis. Disse isto em cerimônia oficial recepcionando primeiro ministro inglês, um branco provavelmente com amigos e parentes de olhos azuis. Comportamento mais incorreto impossível. Ignora ele que há vários executivos morenos ou asiáticos ocupando cargos importantes nas maiores instituições financeiras do mundo. Ignora por causa da azia ao ler. Um evidente preconceito de um chefe de estado que em nada ajuda o combate à crise, nem melhora as relações com a Europa ou USA. Na minha modesta opinião piora tudo e é apenas um crime passível de punição.
Por falar em punição a dona da boutique de luxo Daslu recebeu uma pena recorde, mais de 90 anos de prisão por contrabando, subfaturamento, etc. Só valeu por dois dias mas ganhou mais de 90 anos. Um seqüestrador precisa matar o seqüestrado para ser presenteado com 30 anos. Por sorte nossa temos muitos seqüestradores e poucas donas de boutiques de luxo. Elas são três vezes mais perigosas.
Outra de punições: a empreiteira Camargo Correia teve diretores e secretárias presos por superfaturamento, desvio de dinheiro e corrupção. Vários partidos políticos são apontados como beneficiários. O PT não, ele está inocente. Desta vez. Mas há uma pergunta que permanece no ar desde a campanha presidencial de 2006: de onde veio o dinheiro? O dinheiro da Camargo Correia não veio dela, veio de obras superfaturadas, obras governamentais excessivamente caras. Quais obras? Quem concordou com o sobre preço? Quem liberou o dinheiro? Quais são os servidores públicos envolvidos? Ninguém fala deles, estes são os primeiros responsáveis. A refinaria Abreu e Lima em Suape acusada de superfaturamento é uma das tais obras do PAC exaustivamente visitadas pela dupla Luiz Inácio e Dilma? Eles não sabiam de nada?
As não punições: a filha do senador Tião Viana usou um telefone celular do Senado em uma viagem particular ao México gerando uma conta paga por todos nós de quase 15 mil reais; namorada, amigos e parentes do deputado Fábio Faria viajaram de avião por conta da Câmara. Ambos representantes do povo ao serem denunciados acreditam que basta devolver o dinheiro. Criou-se assim o crime que compensa, se o ladrão for descoberto ele devolve o dinheiro e tudo bem, se não for descoberto melhor ainda. Livre de riscos.
A tal “zelite” da política brasileira acha chique emprestar dinheiro ao FMI que emprestará aos países já desenvolvidos, esquecendo que chique mesmo seria se no Brasil as estradas, a saúde, a segurança, as escolas, etc., não fossem tão típicas do terceiro mundo.
Para combater a atual crise financeira-econômica mundial o governo federal optou por diminuir o imposto (IPI) sobre os carros, deu certo, as vendas aumentaram. Agora repete a receita com geladeiras e fogões. Reconhecimento tardio de que quem breca o desenvolvimento brasileiro são os impostos excessivamente altos. Porque não diminuí-los todos?

sábado, 28 de março de 2009

Brincando de Deus - 2

Veja os desdobramentos deste palavrório em OEco http://www.oeco.com.br/reportagens/37-reportagens/21331-brincando-de-deus-na-chapada-diamantina#josc3765
Tá dando uma bela de uma briga.
Um belo bom combate.
Um combate de idéias, não de crenças.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Brincando de Deus

Notícia que saiu anteontem no site de jornalismo ambiental OEco: um analista ambiental do Parque Nacional da Chapada Diamantina sugere o uso de chuvas artificiais no combate aos incêndios típicos da região.
A idéia seria chuvas freqüentes de modo a manter a região sempre verde e assim livre de incêndios.
Tenho várias dúvidas quanto ao acerto da medida:
será que a alteração da distribuição de chuvas, chovendo aqui não fará falta ali?
será uma boa mudança no equilíbrio biológico da região?
o que acontecerá com plantas cujas sementes precisam de seca ou calor ou mesmo do fogo para quebrar a dormência e assim germinar?
qual será o novo comportamento dos animais por causa da maior umidade?
quais organismos, plantas e animais, vão prevalecer neste novo ambiente, agora úmido?
Certamente não será mais o mesmo bioma.
Será um novo ambiente, não mais quente e seco, agora quente e úmido.
Será que está certo alterarmos tanto assim a natureza?
O que mais me assusta é que a idéia partiu de um analista ambiental do Ibama.
Justo daquele servidor que deve lutar pela preservação da natureza.

terça-feira, 24 de março de 2009

O showbusiness do senado

Londres é um dos maiores mercados de showbusiness do mundo. Seus 50 maiores teatros empregam diretamente 40.000 pessoas e faturam 2 bilhões de reais por ano com uma platéia de quase 14 milhões de felizes espectadores.
Coincidentemente o Senado brasileiro gasta os mesmos 2 bilhões de reais por ano só para manter seus 10.000 servidores da ativa e aposentados, incluindo os 181 diretores. Mas deixa embevecidos 180 milhões de brasileiros.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Gordura, sexo e vida

Li estes dias três artigos que me despertaram interesses semelhantes, um no Estadão do biólogo Fernando Reinach discutindo a relação entre gordura, reprodução e longevidade, outro na Piauí do neurologista Oliver Sacks contando sobre os estudos botânicos de Darwin e o último na veja.com.br da geneticista Mayana Zatz discutindo o porque do sexo.

 

A natureza é sábia. Parece que nela tudo tem sua razão de ser, um objetivo claro, nada existe sem finalidade específica. Para Darwin os objetivos eram imediatos, a estrutura interna de uma flor guardaria relação direta com os insetos polinizadores, suas cores serviriam para atrair determinadas abelhas, seus cheiros atrairiam mariposas, etc. Tudo selecionado através de milhares de mudanças e adaptações mínimas ocorridas ao longo dos séculos.

 

Meio na base da tentativa e erro. As flores que alterassem sua estrutura de modo a impedir a polinização pela única borboleta disponível na região, simplesmente desapareceriam por falta de polinizadores. Ao contrário a flor que, com seu cheiro de carne podre, conseguir atrair mais moscas garantiria sua sobrevivência.

 

A preservação da espécie, a sobrevida dos genes do indivíduo talvez seja a única função, a única justificativa, o objetivo, o sentido da vida. Assim tudo que se construiu ou criou ao longo da existência pode ser apenas passa-tempo ou estratégia para aumentar nossas chances de perpetuação genética.

 

A Quinta Sinfonia de Beethoven, um quadro de Van Gogh, a Esfinge do Egito, a viagem à Lua, ficar milionário, por silicone nos seios, escalar o Everest, comprar uma Ferrari, emagrecer, estudar, trabalhar, tudo, sem exceção, seria apenas para melhorar nossas chances de reproduzir nossos genes. Truques para melhorar nosso poder de sedução.

 

A absoluta falta de gordura feminina dificulta a reprodução entre os animais. As vacas só entram no cio quando estão ganhando peso. Já se sabia que “o leite entra pela boca”, recentemente descobrimos que o cio também. Se a mãe estiver muito magra, muito fraca, ela pode não suportar a perda de nutrientes em uma gestação, nem garantirá a amamentação do filhote mamífero. Ao contrário algumas plantas ao sofrerem déficit severo de algum nutriente emitem frutos (sementes reprodutivas) pouco antes de morrer.

 

Tudo parte de uma tática de sobrevivência. Uma nova ciência, uma “biofilosofia” estratégica ou teleológica será capaz de explicar melhor todos os atos dos seres vivos. Plantas, bichos e humanos. Nada de orientações espirituais, apenas sobrevivência genética.

 

A falta de gordura por outro lado favorece a longevidade, isto é fato aceito pelo senso comum. Mas porque? A macrobiótica pode ser descrita como a alimentação que visa a longa vida, nunca vi um gordo adepto da macrobiótica. Falta de nutriente ou falta de sabores atrativos? Perder peso é recomendação médica generalizada para a boa saúde, para a macrovida. A gordura seria ruim para a vida, mas boa para a reprodução. Gordura em excesso não, a obesidade não existe na natureza selvagem.

Para compensar a menor capacidade de multiplicação de seus genes a sábia mãe natureza deu um prêmio aos magros, a longevidade.