sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O essencial está nas entrelinhas

A primeira página do caderno de Economia do último dia de 2009 do jornal OESP sugere conclusões desencontradas.
Cita que a bolsa de valores de São Paulo teve a maior alta do mundo, com 121 % de variação positiva em 2009, 121 % em dólares. Em humildes Reais foram cerca de 83 %, bem menos exuberante.
O brasileiro comum não aplica em dólar, o estrangeiro comum sim. Quem seria o grande ganhador da bolsa? O brasileiro ou o estrangeiro? Viva ele. Azar meu.
Nas entrelinhas está a informação de que entre maio de 2008 e hoje a bolsa perdeu 8 %, quem aplicou suas suadas economias lá em maio, quase dois anos atrás, ainda amarga um prejuízo nominal de 8 % ou uns 20 % se considerar aplicações alternativas como a tradicional caderneta de poupança.
A reportagem fala de sangue-frio e ousadia ao se referir a um executivo com MBA em finanças que teria vendido em 2007 por 150 “dinheiros” um apartamento comprado por 100. Teria aplicado na bolsa 120 e perdido 12 %. Hoje tem 105 “dinheiros” e seu ex-apartamento vale 200. Sem falar do aluguel nestes dois anos, o financista poderia ser adjetivado como inocente, ingênuo, desinformado ou pejorativamente até como bobão, mas nunca como um investidor ousado.