sexta-feira, 10 de julho de 2009

Correlações

Nas florestas tropicais as sementes das frutas pouco germinam se caírem no chão ainda dentro da polpa externa. Elas são atacadas por insetos que destroem até o embrião germinativo. Quando os pássaros comem parte da polpa externa aumenta muito o índice de germinação das sementes. Cria-se assim um ciclo virtuoso: os pássaros são atraídos pelas frutas e, ao alimentar, aumentam a taxa de “pegamento” das plantas, aumentando a reposição das árvores da floresta o que atrai mais pássaros.
O interessante é que agora não são mais os pássaros que dependem da floresta, mas esta é que precisa deles. Eles voam, podem buscar alimento em outras paragens, enquanto ela, a floresta, fica enraizada a espera de seus protetores alados.
Em outro campo da ciência descobriu-se que freiras melhor articuladas, com melhor capacidade de escrever ainda na juventude, teriam menor chance de desenvolver uma doença cerebral degenerativa, o mal de Alzheimer. Parece que o maior desenvolvimento mental, a maior utilização da massa encefálica, aumenta a saúde e a sobrevida do cérebro.
Sabe-se também que crianças criadas isoladas de outros humanos, que não aprenderam a falar, tem enorme dificuldade de pensar de forma mais elaborada mesmo depois de adultos. Pode-se supor portanto que teriam maior possibilidade de terem o Alzheimer.
Há muito se fala mente sã em corpo são, talvez seja mais adequado dizer: corpo são se a mente for sã. Assim como os pássaros, a mente está menos enraizada que o corpo, ela pode flutuar e desenvolver raciocínios abstratos complexos, mas isto exige boa educação formal e bom domínio da língua.
Agora a correlação interessante: pouco vale um corpo tão saudável, tanta preocupação com a alimentação, freqüentar academias de ginástica, etc., se não lemos nem escrevemos. Se não exercitamos o cérebro corremos o risco de ainda cedo caducarmos.
Precisamos dos pássaros voando e da mente sonhando.