terça-feira, 30 de agosto de 2011

Termoelétrica em Canas



Vários moradores do Vale do Paraíba estão preocupados com a instalação de uma grande termoelétrica movida a gás natural em Canas (SP). O gás natural é um combustível fóssil, portanto não renovável, não sustentável e poluente.
Em maio/11 escrevi um texto, encaminhando à Cetesb, contrário à esta instalação, nele destaquei a baixa velocidade média dos ventos, sem vento não há dispersão de poluentes. Alertei para a enorme emissão de 1.777.402 t/ano de equivalente em CO2, e sugeri o plantio de 12 milhões de árvores por ano ou 7.000 ha de eucalipto, isto apenas para absorver o CO2 e repor à atmosfera as qualidades perdidas. Alertei para a não desprezível quantidade de poeiras (MP) emitidas e comparei com as quantidades normais das adubações químicas das lavouras. Reclamei da devolução da água usada para um pequeno ribeirão, o Canas, fato que não seria aceito em estados como RS, PR ou RJ, onde a lei não permite, procedimento que SP aceita.
Sobre leis lembro que em 2006 a OMS – Organização Mundial de Saúde alterou seus padrões de qualidade do ar, tornando-os muito mais restritivos, dentro dos quais todas grandes cidades brasileiras não se enquadrariam. Mas só em 2011 o CONSEMA-SP – Conselho Estadual de Meio Ambiente aprovou a revisão dos padrões de qualidade do ar em SP, mesmo assim com prazo de transição ainda indefinido. O mesmo CONSEMA-SP entende que “A matriz de energia do Estado deve priorizar o uso de fontes alternativas renováveis que contribuam também, temporal e/ou espacialmente, para a redução das emissões dos poluentes atmosféricos regulamentados.”
Ou seja, desde maio venho divulgando minhas justificativas contrárias à termoelétrica e tentando mostrar que as leis brasileiras são permissíveis.
Recentemente o presidente da Petrobrás declarou que todas suas decisões eram também políticas, daí meu temor de que as decisões dos órgãos ambientais responsáveis pela liberação da termoelétrica também serem de alguma forma decisões políticas.
Por isto meu empenho em discutir e tentar influir na decisão final.
Mais recentemente tomei conhecimento de estudos climáticos do Vale do Paraíba onde a comprovação do alto índice de calmarias (não vento) me assustou frente à possibilidade de novas fontes de poluição. Destaco: o principal fator da dispersão das emissões atmosféricas é a velocidade do vento.
No início desta nota mostro uma foto minha de 14.08.2011 de cima das Agulhas Negras, vendo as Prateleiras, a poluição atmosférica parada sobre o Vale do Paraíba, acima das Prateleiras, e a Serra da Bocaina ao fundo. A aparência é de uma estufa de plástico sobre o Vale. Sem dispersão, antes da termoelétrica.
Quem não acreditar na precaução, no bom senso e na ciência que acredite na força da imagem.