Tenho visto várias coisas erradas sobre a crise da água no
sudeste do Brasil. Alguns textos confundem e desinformam. Talvez propositalmente.
A imagem acima, atribuída a um político do PSTU, faz uma
confusão entre água e água tratada. É a ideologia política distorcendo os
fatos. A imagem sugere que a agropecuária consome água encanada (tratada)
retirada da mesma fonte que atende a indústria e as residências. O tal
agronegócio seria concorrente dos consumos de água nas indústrias e nas
residências.
Nada mais falso, nada mais enganador, nada mais mentiroso.
As fontes da água usada no meio rural são distribuídas no
espaço geográfico, em geral nem estão próximas das fontes de água que servem as
cidades. O que não ocorre sempre com as indústrias, estas frequentemente estão
próximas ou dentro da área urbana. As poucas produções rurais que podem usar
água encanada são as hortaliças cultivadas em terrenos ou residências urbanas,
geralmente em pequeníssima escala.
Na realidade as propriedades rurais são fornecedoras de água
para as cidades, as nascentes dos rios estão nas fazendas, protegidas ou não,
estão lá, nunca nas cidades. Alguns poucos municípios brasileiros, sabedores
disto, dão incentivo financeiro para os proprietários rurais que preservem o
ambiente em torno das nascentes. O meio rural gera água.
A irrigação das lavouras, pomares e hortaliças usa água
local, geralmente a água usada na irrigação volta para o mesmo rio ou córrego
de onde foi retirada. Às vezes ela volta poluída, mas volta.
Além de produzir alimentos (arroz, feijão, milho, soja,
alface, tomate, laranja, uva, leite, carne, ....), fibras (algodão para as
calças jeans e camisetas) e energia (álcool para diminuir a poluição da
gasolina nas grandes cidades) a área rural também produz água.
“Destruam os campos e preservem as cidades. As cidades
desaparecerão.
Destruam as cidades e preservem os campos. As
cidades renascerão.”
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